O Imperador romano Augusto tinha um governador na Síria chamado Quirino, que decretou que seus cidadãos deveriam ser taxados, mas isso aconteceu por volta de 6 d.C., 10 anos depois da morte de Herodes. E não há indícios de que ele tenha obrigado as pessoas a voltarem para suas residências originais. Tampouco há indícios de uma visita à Judéia de três sábios ou de um massacre de crianças perpetrado por Herodes.
Nada disso pretende negar que de fato tenha nascido por volta desta época um menino que se tornou um poderoso pregador e curador cuja morte cerca de 30 anos mais tarde conduziu a extraordinárias mudanças. A viagem para Belém, a hospedaria, os pastores, os magos, a fuga para o Egito provavelmente são acréscimos mitológicos. Os evangelhos não oferecem nenhuma indicação de mês - nem sequer de estação do ano - do nascimento de Cristo. Os cristãos primitivos celebram a data em 6 de Janeiro, mas, a partir do século IV, passou a ser comemorada no 25 de Dezembro.
FURTADO, Peter. 1001 Dias que abalaram o Mundo. Sextante, Rio de Janeiro, 2009, p. 81.